Ora então uma vez mais boas noites amigos.
Vou tentar continuar o tema que iniciei sobre aquilo que penso sobre o
mês de Abril e em tudo o que aconteceu no fatídico dia vinte cinco (25).
Refiro anteriormente que muita coisa foi ocultada ao Povo, sobretudo
que a chamada revolução popular parte de um movimento corporativista.
Agora analisando o
facto expresso tento expressar o que é o corporativismo e que se encontra
detalhadamente registado neste site:
O corporativismo é um sistema político que atingiu seu completo desenvolvimento
teórico e prático na Itália Fascista (que foi a principal diferença entre o
regime Fascista e o Nazista). De
acordo com seus postulados o poder legislativo é atribuído a corporações
representativas dos interesses económicos, industriais ou profissionais,
nomeadas por intermédio de associações de classe, que através dos quais os
cidadãos, devidamente enquadrados, participam na vida política.
Seria isto uma verdade?
Parte do que ouvi e por
aquilo que vivi durante cerca de 5 anos, que foi o meu tempo de serviço
militar, muitas verdades foram ocultadas ou pervertidas.
Peço uma vez mais
desculpas mas a necessidade de relatar esta parte da minha vida pessoal pode
tornar mais fácil a compreensão de eu dizer o que digo, mas como em tudo que se
passa nas nossas vidas, também posso ter sido ludibriado.
Segundo consta começou a
surgir um mal-estar em alguns quadros militares desde 1968, sobretudo com
patentes de oficiais, devido às constantes alterações que desde 1966 eram
feitas às condições de admissão de jovens à Academia Militar
Não o posso afirmar em
concreto, mas muitas das coisas que se passaram e algumas delas representadas
em documentos que como disse deixaram de se poder ver em diversos “sites” da
“net” com excepção daquele que aqui indico:
Antes do problema da guerra do ultramar era necessário ter sido
aprovado no exame de acesso às faculdades para ter acesso àquela unidade,
Academia Militar, mas com o correr dos tempos as alterações permitiam que
fossem admitidos alunos (cadetes) só com o exame do 7º ano.
Nas armas de cavalaria e infantaria o tempo total do curso era de três
anos, seguindo-se depois a colocação como aspirante numa unidade dessas
especialidades durante seis meses a um ano consoante as necessidades, sendo
depois mobilizados como alferes para o ultramar. As comissões duravam cerca de
dois anos sendo o regresso à metrópole como tenente.
Colocados numa unidade da sua arma e depois de uns tempos eram de novo
mobilizados e chegavam ao posto de capitão. Este período rondava por norma um
período de um ano.
Ora até chegar ao posto de
capitão o tempo total de um aluno da academia era de cerca de sete anos.
Num miliciano era diferente.
Curso nas armas de cavalaria e infantaria demorava seis meses, sendo
três meses na recruta e outros três na especialidade onde eram colocados, depois
como aspirantes eram colocados numa unidade para formar a companhia onde seriam
destacados para o ultramar com a patente de alferes.
Cumprida a comissão regressavam a Portugal e se pretendessem seguir a
carreira das armas tinham duas hipóteses. Frequentar um curso na Academia com a
duração de um ano, promovidos a tenentes, seguindo após o fim do curso para uma
unidade militar afim de formar nova companhia para o ultramar. Conforme as
especialidades seguiam já como capitães, passando a pertencer logo ao quadro.
Neste aspecto está na generalidade a diferença. Ora vejam.
Oficial do quadro permanente:
3 anos na Academia como cadete
1 ano numa unidade como aspirante
2 anos no ultramar como alferes
1 ano como tenente no continente e promovidos a capitão ao formarem uma
companhia para regressar ao ultramar.
Portanto como se pode ver demora de cerca de SETE anos até ao posto de
capitão.
Oficial miliciano:
6 meses de curso como cadete
6 meses até ser mobilizado como aspirante
2 anos como alferes no ultramar
1 ano como tenente no continente sendo de novo mobilizados para
ultramar regressando passado um ano
6 meses no continente como tenente a formar nova companhia embarcando
de novo para o ultramar como capitão.
Totais dispendidos quatros a cinco anos conformem as especialidades.
Uma outra vertente, era o caso de que a maioria das famílias facilitar
a emigração dos seus filhos para evitar a ida deles para o serviço militar
obrigatório e assim começa a haver falta de oficiais milicianos o que obrigava
os do quadro a terem que avançar para zonas onde a guerrilha actuava deixando o
bem estar das sedes dos comandos das unidades, quer fossem batalhões quer
fossem companhias e assim estarem sujeitos a muitos maiores perigos.
Depois em Portugal as coisas também não estavam melhores e as
dificuldades colocadas pelo governo nos acessos dos milicianos aos quadros
levou a que muitos regressassem aos seus empregos.
A morte de bastantes oficiais do quadro depois de 1971/1972 faz surgir
um movimento onde estas motivações são colocadas em jogo.
A partir daqui a luta interna é intensificada, mas lá iremos.
Hoje fico por aqui. As minhas saudações amigos.