" Senhoras e Senhores
Venho por esta forma, comunicar o meu pesar, pela morte anunciada da verdadeira cultura portuguesa...
Não tarda, à frente de todos, iremos assistir ao fim de toda uma vida, de toda uma epopeia que era ser português e que na essência nos fez a nós, nos criou, nos aguentou...
De que estou a falar?... Estamos a assistir, impávidos e serenos, como se não fosse nada connosco, ao encerramento de escolas nos meios rurais, com a desculpa de que só têm 20, ou menos alunos, para estes serem colocados em centros escolares, com a desculpa teórica de que lá terão melhores condições de ensino e educação...
Não nego que condições materiais serão realmente melhores, pois o estado preferiu gastar 2 milhões de euros a fazer uma escola nova, e fechar 20 escolas pequenas de aldeia, do que apetrechar essas 20 escolas, com materiais que custariam somente uns 15000 euros por escola, ... e já estou a inflacionar! Mas claro, eu sei, porque vi, que nos concursos, os materiais já estão a ser fornecidos por entidades, em que, a mesma lupa que custa 1 euro nas lojas de conveniência, irá custar 2,5 euros, ao estado..., por exemplo...
Eu sei que os professores se vêem às avessas, para conseguir o dito sucesso, pois enquanto antes tinham dois ou três professores colocados nessas escolas pequenas, agora só tinham um...... Que enquanto antes os alunos aprendiam como deve ser, e se tornavam pessoas respeitadoras e lutadoras, agora se tornam delinquentes que batem nos colegas, nas funcionárias, nos professores...
enfim...
Políticas de colocação...
Sim, também sou professor contratado, e também me custa ver hipóteses de colocação a serem reduzidas... mas...
mas, meus amigos, a verdade, que eu vi, e continuo a ver, e que me dói no mais fundo da minha alma, é que estamos a matar a pouca felicidade que havia nas pequenas comunidades, aldeias e vilas, a pouca esperança de renovação de um Portugal Puro, Genuíno, Autêntico, Verdadeiro...
Eu vi e vejo, a tristeza nos olhos das pessoas idosas, que somente resta esperar pela pouca alegria de ver meia dúzia de crianças a chegar à paragem de autocarro... e que sentem a vida a esvair-se para outros lugares...
Tiraram-lhes os irmãos e maridos com a guerra... os sobrinhos e filhos com a imigração, e agora, os netos, com os centros escolares, que não são mais do que armazéns de crianças, de formatação social, com links directos ao mundo através de sanduicheiras azuis, que se estragam ao minimo toque...
Cuidado com o que estamos a permitir que aconteça... depois queixem-se.
Mais irei dizer, mas aguardemos...
Abraço português...
Consultor de Empresas
Freelancer
